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Como a Psicologia pode ajudar na Reabilitação do seu paciente?

A psicologia considera uma tríade do ser humano, sendo corpo, mente e alma, cada item precisa ser cuidado para obter êxito de forma integrativa.

Entender o ser humano através da perspectiva integrativa contribui para que o plano terapêutico seja de fato eficiente, para isso é importante e necessário que o profissional que cuida de pacientes tenha consciência de que ele precisa se cuidar em primeiro lugar. Oferecemos e transbordamos para o outro o que temos de conhecimento, e quando falamos de saúde mental é necessário ter autoconhecimento e buscar constantemente a consciência dos motivos que nos levam a fazer escolhas diariamente.

Com o paciente isso não é diferente, assim como nós, ao receber um diagnóstico de doença em seu corpo ou de um ente querido, iniciamos em conjunto um processo de Luto. O olhar para a finitude e para as limitações que muitas vezes às doenças nos impõe, isso nos aproxima e traz á tona o medo da morte, das perdas e das incertezas que nesses processos se intensificam. Perde-se a fantasia de controle das situações, abdicação de hábitos e dá-se lugar às rotinas para o cuidado da dor, e muitas vezes ás famílias são atropeladas por mudanças súbitas dentro de suas residências, que se tornam um ambiente de cuidados, com profissionais entrando e saindo em vários momentos, e a casa que até então era um ambiente intimista e familiar, perde o seu aconchego. E assim, esse núcleo familiar, vivencia muitos sentimentos durante este processo, sendo necessário respeito e acolhimento pelos profissionais que escolhem atuar na área da saúde.

Identificar este processo de sofrimento é extremamente importante, pois estes sentimentos impactam nos pensamentos e atitudes em relação a reabilitação da doença. Cada ser humano tem o seu próprio tempo, é subjetivo e não existe uma regra única de passo a passo, entende-se que é saudável sentir e passar pelos estágios de: negação, raiva, isolamento, barganha, depressão e aceitação. Porém, por se tratar de subjetividade muitas vezes o paciente não consegue recurso interno psicológico para vivenciar todas as fases sozinho, sendo necessário intervenção de profissionais especialistas na área de psicologia e psiquiatria.

É importante entender, que as fases de luto impactam de forma diferente também no processo de reabilitação, visto que, em cada uma delas o paciente e a família, trarão sentimentos, ações e reações diversas. Por exemplo, o paciente que está em um momento de negação, é possível que não contribua com a conduta direcionada pelo fisioterapeuta, pela fonoaudióloga ou outro profissional que o esteja tratando . Por este motivo, é imprescindível o atendimento interdisciplinar, onde a contribuição do psicólogo poderá ser diretamente com o paciente e a família, como também, com toda a equipe que está envolvida nessa linha de cuidado, orientando-os em como se posicionar perante às situações, fazendo sugestões de acolhimento e abordagens para que as estratégias de atendimento sejam mais assertivas e atinjam melhores resultados.

É sempre importante lembrar que, sentir dor também tem várias causas psicológicas, dores emocionais e gatilhos, que podem ser vinculadas ao prognóstico, pelo medo, teme-se a perspectiva de experimentar uma nova ou pior dor, a perda da funcionalidade, da independência ou mesmo a falta de controle sobre a situação. Entender o que a doença e a dor representam para o paciente e para a família, torna-se um dos pontos chave para a tomada de decisão de condutas, pois elas podem se tornar uma forma de expressar dependência emocional, insegurança e outras questões psicológicas. Indivíduos emocionalmente deprimidos, que estejam passando por muita tensão ou estafa mental, tendem a sentir os processos dolorosos da ordem física com mais intensidade e ficam presos em uma fase de estagnação dentro das propostas terapêuticas.

Seguem algumas dicas com o olhar da psicologia, que podem contribuir para os processo de reabilitação em saúde:

– Identificar, compreender e acolher os sentimentos do paciente e familiares;

– Alinhar expectativas do paciente com o plano terapêutico desenvolvido pelo profissional;

– Incentivar através de reforço positivo cada evolução conquistada;

– Identificar e comunicar as evoluções do quadro clínico ou limite terapêutico;

– Ressignificar Crenças limitantes (eu não posso, eu não consigo);

Só podemos levar o outro até onde nós mesmos já fomos. Não sabemos o caminho daquilo que ainda não conhecemos.

Carla Padovani de Souza

Psicóloga  06/113343

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